A comemoração dos quinhentos anos do foral de D.
Manuel I a Samodães levou-me a olhar para a terra do meu avô, onde, desde a
meninice passo sempre alguns dias dos meses de verão.
Pouco sei do início de Samodães, mas não é difícil
aceitar que, depois de Fernando Magno de Leão em 1057/1058 ter conquistado aos
mouros os castelos de Lamego e S. Martinho de Mouros, toda esta região de
Samodães tenha também sido incluída no território cristão.
Sabemos que em 1133, D. Afonso Henriques doou a Mendo
Viegas da casa de Baião (uma das principais casas fidalgas do país que fazia
parte da casa de Ribadouro de Egas Moniz – “o
aio”) a terra de Çamudannis.. A terra doada era composta por uma série de casais (grosso modo
casas de lavoura) que não formavam ainda uma freguesia.
“Dizem os
antigos que esta freguesia teve primeiro uns poucos de casais e que deles se
fez mercê a um fidalgo da casa de Baião, consignando-lhe a quarta parte dos
frutos das fazendas que nesse tempo se cultivavam, a saber, pão, vinho e
castanhas.” Isto escreveu o padre José Bernardo Machado em abril de 1758
nas Memórias Paroquiais de Samodães.
Posteriormente, os habitantes dos casais chegaram à
conclusão que pagavam demais para os benefícios que tinham e as suas
diligências levaram a que acordassem com o seu donatário o pagamento, não da
quarta parte, mas sim da décima parte das suas colheitas, tal como era devido à
igreja (o dizimo).
Em data posterior, Samodães passou para a posse do rei,
sendo uma terra “reguenga” – própria do
rei.
D. Manuel I, depois de chegar ao trono, resolveu
rever todos os forais existentes dado se considerar que muitas das suas disposições estavam já desatualizadas. Havia também o interesse em aumentar as rendas da coroa.
No dia 26 de junho de 1514, D. Manuel deu novo
foral a Samodães.
Em próximo "post" veremos as principais disposições do foral.
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