As acções militares continuaram na zona, havendo da parte da Junta de Governo do Porto o interesse em manter ocupadas algumas forças cabralistas junto ao Douro de forma a evitar a junção com o exercito que o Marquês de Saldanha tinha em operações sobre o Porto.
O jornal “O Nacional” nº 50 de 3 de Março de 1847 transcreve um ofício para a Junta do Porto sobre acções sequentes às de Fevereiro, do seguinte teor:
Exmº Sr. De Santiago de Piães concelho de Sanfins oficiei a V. Exª a participar a minha marcha para aquele concelho a fim de rebater os rebeldes que se tinham pronunciado a favor da facção de Lisboa e das ocorrências das tropas do Lapa e do seu regresso para Lamego com data de 26 do próximo passado; e sendo ontem informado que as tropas do Lapa tinham evacuado aquela cidade e a Régua seguindo a direcção de Vila Real; ontem mesmo me pus em marcha para Lamego e tenciono podendo, ocupar aquela cidade e guarnecer a margem esquerda do Douro no sítio da Régua e Carvalho, fazendo passar os barcos para a dita margem a fim de impedir as comunicações e passagem do rio caso eles queiram retroceder. Os rebeldes do concelho de Sanfins depois de dispersos tratei de os desarmar e consegui fazer-lhes a apreensão de grande parte do armamento que tenho em meu poder e faço conduzir para lugar seguro. Por falta de tempo não posso oficiar a S. Exª o Ministro da Guerra e rogo a V. Exª disso o faça ciente.
Deus guarde a V. Exª, Pias de Cinfães 1 de Março de 1847 = Justiniano César Osório, administrador do concelho de S. Martinho de Mouros e tenente-coronel do batalhão de Resende
Em 5 de Março a Junta do Porto louva novamente a acção do tenente-coronel Justiniano Osório e do seu batalhão e em 6 é enviado um ofício relatando combates nas zonas de Resende, Rendufe e Mirão em que se chega a combater corpo a corpo. Nesse combate são libertados pelos cabralistas 4 soldados do regimento de infantaria 16 aprisionados antes pelo capitão da 2ª companhia José Joaquim Pinto da Fonseca.
O jornal “O Espectro” nº 30 de 9 de Março de 1847 (jornal dirigido por Rodrigues Sampaio) escreve, referindo-se a uma carta do Porto do dia 8:
“… O ex Marquês de Saldanha parou em Oliveira de Azeméis, donde ainda não avançou apesar de ter aí reunido… O Solla já fez a junção com ele e o Lapa passou à Régua e foi para Vila Real. Lamego foi logo depois ocupada pelo batalhão de Resende”.
Verifica-se assim que se cumpriram os desejos de Justiniano de Córdova e se havia ocupado Lamego.
Exmº Sr. De Santiago de Piães concelho de Sanfins oficiei a V. Exª a participar a minha marcha para aquele concelho a fim de rebater os rebeldes que se tinham pronunciado a favor da facção de Lisboa e das ocorrências das tropas do Lapa e do seu regresso para Lamego com data de 26 do próximo passado; e sendo ontem informado que as tropas do Lapa tinham evacuado aquela cidade e a Régua seguindo a direcção de Vila Real; ontem mesmo me pus em marcha para Lamego e tenciono podendo, ocupar aquela cidade e guarnecer a margem esquerda do Douro no sítio da Régua e Carvalho, fazendo passar os barcos para a dita margem a fim de impedir as comunicações e passagem do rio caso eles queiram retroceder. Os rebeldes do concelho de Sanfins depois de dispersos tratei de os desarmar e consegui fazer-lhes a apreensão de grande parte do armamento que tenho em meu poder e faço conduzir para lugar seguro. Por falta de tempo não posso oficiar a S. Exª o Ministro da Guerra e rogo a V. Exª disso o faça ciente.
Deus guarde a V. Exª, Pias de Cinfães 1 de Março de 1847 = Justiniano César Osório, administrador do concelho de S. Martinho de Mouros e tenente-coronel do batalhão de Resende
Em 5 de Março a Junta do Porto louva novamente a acção do tenente-coronel Justiniano Osório e do seu batalhão e em 6 é enviado um ofício relatando combates nas zonas de Resende, Rendufe e Mirão em que se chega a combater corpo a corpo. Nesse combate são libertados pelos cabralistas 4 soldados do regimento de infantaria 16 aprisionados antes pelo capitão da 2ª companhia José Joaquim Pinto da Fonseca.
O jornal “O Espectro” nº 30 de 9 de Março de 1847 (jornal dirigido por Rodrigues Sampaio) escreve, referindo-se a uma carta do Porto do dia 8:
“… O ex Marquês de Saldanha parou em Oliveira de Azeméis, donde ainda não avançou apesar de ter aí reunido… O Solla já fez a junção com ele e o Lapa passou à Régua e foi para Vila Real. Lamego foi logo depois ocupada pelo batalhão de Resende”.
Verifica-se assim que se cumpriram os desejos de Justiniano de Córdova e se havia ocupado Lamego.
Numa guerra deste tipo os intervenientes tinham como seu apenas o terreno que pisavam, pois
no jornal “O Nacional” nº 59 de 13 de Março 1847 estão noticiados novos combates na zona:
“Quarta-feira (10 de Março) pelo meio-dia apareceu uma força do Lapa e do Vinhais em duas colunas, uma pela serra das Meadas e outra pelo rio Douro em direcção a S. Martinho de Mouros para bater as forças do valente Justiniano. Este, tendo conhecimento da sua aproximação tomou posições para os esperar no monte da Sª da Guia a leste de Resende e mandando uma força fazer-lhes fogo na frente e simular depois uma retirada com o fim de apanhar o inimigo numa emboscada, este longe de carregar foi tomar posição na capela do Senhor do Calvário. Vendo o nosso general patriota que o inimigo não caiu no laço ordenou que as suas forças marchassem a ataca-lo e com tal valor o fizeram que o inimigo teve que retirar até ao alto de Pardelhas onde tomou de novo posições e sustentou o fogo por espaço de duas horas e sendo flanqueado pela direita se viu forçado a retirar na direcção de Lamego perseguido sempre activamente pela força de Justiniano. A força inimiga era de 250 homens.”
No mesmo jornal nº 60 do dia 15 de Março, segunda-feira, informa-se que a acção prosseguiu com a perseguição do inimigo até à Régua e daí para Vila Real.
“Dissemos na nossa folha de sábado as gentilezas que o valente Justiniano tinha feito da quarta feira; e agora que estamos informados do que passou depois disso não nos demoramos em publicá-lo para conhecimento e satisfação dos verdadeiros patriotas. Batidos os rebeldes e obrigados a retirar para Lamego no dia 10, voltaram no dia 11 a procurar o nosso Galamba do norte com toda a força que o Lapa e o Vinhais tinham a sul do Douro. Justiniano esperou-os e rompeu contra eles o fogo apenas eles se lhe apresentaram; mas aos primeiros tiros começaram os povos a tocar os sinos a rebate em todas as freguesias próximas do lugar da acção e tal medo concebeu o inimigo que imediatamente se pronunciou em retirada, mandando aviso à Régua para que lhe tivessem todos os barcos na margem esquerda do rio. Não se atrevendo a esperar em Lamego fugiu e passou para a Régua toda a força do Lapa e Vinhais e sem ali se demorar seguiu tudo na direcção de Vila Real, ficando o nosso Justiniano senhor de todo o terreno até Lamego onde provavelmente terá entrado. O inimigo deixou alguns mortos, um oficial e vários soldados prisioneiros, sem que da nossa parte houvesse grave perda.”
“Quarta-feira (10 de Março) pelo meio-dia apareceu uma força do Lapa e do Vinhais em duas colunas, uma pela serra das Meadas e outra pelo rio Douro em direcção a S. Martinho de Mouros para bater as forças do valente Justiniano. Este, tendo conhecimento da sua aproximação tomou posições para os esperar no monte da Sª da Guia a leste de Resende e mandando uma força fazer-lhes fogo na frente e simular depois uma retirada com o fim de apanhar o inimigo numa emboscada, este longe de carregar foi tomar posição na capela do Senhor do Calvário. Vendo o nosso general patriota que o inimigo não caiu no laço ordenou que as suas forças marchassem a ataca-lo e com tal valor o fizeram que o inimigo teve que retirar até ao alto de Pardelhas onde tomou de novo posições e sustentou o fogo por espaço de duas horas e sendo flanqueado pela direita se viu forçado a retirar na direcção de Lamego perseguido sempre activamente pela força de Justiniano. A força inimiga era de 250 homens.”
No mesmo jornal nº 60 do dia 15 de Março, segunda-feira, informa-se que a acção prosseguiu com a perseguição do inimigo até à Régua e daí para Vila Real.
“Dissemos na nossa folha de sábado as gentilezas que o valente Justiniano tinha feito da quarta feira; e agora que estamos informados do que passou depois disso não nos demoramos em publicá-lo para conhecimento e satisfação dos verdadeiros patriotas. Batidos os rebeldes e obrigados a retirar para Lamego no dia 10, voltaram no dia 11 a procurar o nosso Galamba do norte com toda a força que o Lapa e o Vinhais tinham a sul do Douro. Justiniano esperou-os e rompeu contra eles o fogo apenas eles se lhe apresentaram; mas aos primeiros tiros começaram os povos a tocar os sinos a rebate em todas as freguesias próximas do lugar da acção e tal medo concebeu o inimigo que imediatamente se pronunciou em retirada, mandando aviso à Régua para que lhe tivessem todos os barcos na margem esquerda do rio. Não se atrevendo a esperar em Lamego fugiu e passou para a Régua toda a força do Lapa e Vinhais e sem ali se demorar seguiu tudo na direcção de Vila Real, ficando o nosso Justiniano senhor de todo o terreno até Lamego onde provavelmente terá entrado. O inimigo deixou alguns mortos, um oficial e vários soldados prisioneiros, sem que da nossa parte houvesse grave perda.”
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