quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
Dia Mundial dos Direitos Humanos
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
O mundo em que vivemos
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
1º de Dezembro
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
A vergonha nacional
25 de Novembro de 1975
Fica o registo.
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Um nó gordio para Copenhaga
Vejamos os problemas a ter em conta.
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
E ao jantar...
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Outros tempos.....
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
O que realmente importa....
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Timor
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Angola
terça-feira, 10 de novembro de 2009
A banca e a crise
Quantos somos... e como somos
O número de casamentos celebrados pelo rito católico (19 201) fica abaixo dos celebrados só civilmente (23 865) e os celebrados segundo outros ritos religiosos foram 162. A idade média ao casamento continua a aumentar, situando-se nos 32,6 anos para os homens e 30,1 anos para as mulheres.
Ai a Justiça.....
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
O Muro
terça-feira, 3 de novembro de 2009
LAIKA
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Violência no "desporto"
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
E vai outra
Algo vai mal neste país para que tantas situações se sucedam de forma assustadora. Ou andamos muito tempo a dormir, ou as coisas começam a mudar no combate ao crime económico.
Esperemos pelos resultados, mas entretanto olhemos para a "coisa" como se faz aqui.
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Triste aniversário
"Atravessamos a vila do Tarrafal por entre a evidente curiosidade dos habitantes locais. Paravam para nos ver passar. Eram afastados do caminho com ameaças e agressões. O aspecto fisico e a roupa que vestiam denunciavam a miséria do seu quotidiano de incríveis provações."
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Como é possível!
Como é possível que se tenha chegado a esta situação?
Apesar de tudo o que veio a lume na Comissão Parlamentar de Inquérito (e pela primeira vez pudemos falar bem de uma) as notícias más parecem nunca mais acabar.
RSI, só mais esta vez...
O que mais chama a atenção é o facto de, neste momento, quase metade dos beneficiários (42,5%) serem menores de 18 anos ou maiores de 65 (os tais malandros!).
terça-feira, 20 de outubro de 2009
domingo, 18 de outubro de 2009
Os submarinos
Agora não sermos capazes de fazer cumprir as contra partidas negociadas é que não lembra ao diabo.
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
E os eleitores?
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Outra vez o RSI
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Nós e o RSI
terça-feira, 6 de outubro de 2009
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
5 de Outubro
domingo, 4 de outubro de 2009
Posições que dignificam
Nós e a cidade
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Para reflectir
No entanto ainda há quem ponha em primeiro lugar o seu interesse em detrimento do de todos.
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
E agora?
Sobre as tentativas de "colar o Presidente à campanha do PSD" ficam também algumas dúvidas. Não foi na página do PSD que surgiram as notícias de assessores da Presidência estarem a colaborar com o partido? Não foi no SOL que sairam tais notícias? Não se viu ninguém de Belém a desmentir essas referências no imediato.
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Rescaldos
A envolvente económica não vai recuperar tão depressa e a financeira corre riscos de colapsar outra vez se continuarem os comportamentos que as subidas das bolsas prefiguram.
Esperemos que as oposições, especialmente as de esquerda, assumam ,sem segundas intenções, as suas responsabilidades.
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Nem assim
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Gripe H1N1
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Trapalhadas
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Perplexidades
Em primeiro lugar Portugal, país respeitável, assinou um acordo com a Espanha para a construção da ligação à rede daquele país de, salvo erro, 4 linhas de alta velocidade ferroviária. Depois, certamente por acordo, essas linhas passaram a duas.
Agora pretende-se rasgar o compromisso assumido, presume-se que livremente, pelo governo português do pé para a mão.
Então nas relações entre países não existem as vias diplomáticas, os canais informais, as negociações, etc?
É a imprensa que trata disso?
Outra questão é o interesse na construção das duas linhas.
Quem hoje ande pelo aeroporto Sá Carneiro apercebe-se facilmente da quantidade de passageiros da Galiza que por ali andam. A criação pela RYANAIR de um centro em Pedras Rubras acaba por dar maior visibilidade a esse afluxo de passageiros. Estive no aeroporto numa das últimas manhãs, bem cedo por sinal, e apercebi-me do movimento de galegos, autenticas excursões nos balcões daquela companhia.
No que respeita a mercadorias não posso, por absoluta falta de conhecimento, pronunciar-me, mas aceito como boas as razões tantas vezes trazidas a público pelo presidente da Associação Comercial do Porto.
Será que nos argumentos que hoje andam por aí estes dados são tidos em conta?
É certo que o país se esta a endividar a um ritmo nada desejável, no entanto este facto não pode ser esgrimido apenas quando nos dá jeito.
Alguém analisou já, sem distorções partidárias, todo o processo? O financiamento da EU é assim tanto que dê para recusar? Vai acontecer neste século XXI o que aconteceu no século XIX com a rede ferroviária?
Independentemente das eleições, gostava de perceber.
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Um pouco de história (V e último)
Nesse comunicado são louvados o capitão da 2ª companhia José Joaquim Pinto da Fonseca, o tenente António Cândido Xavier e os alferes Vitorino Pinto (ferido) e José Pereira Pinto. É também louvado o voluntário Joaquim Rodrigues Soldadinho.
Vejamos o relatório do comandante das forças de acordo com o “Nacional” nº 102 de 6 de Maio de 1847:
“Ilº e Exmº Senhor – Tenho a honra de levar ao conhecimento de V.Exª que tendo-me dirigido e pernoitado em Molães da Penajóia com as forças do meu comando no destino de colher informações exactas e cair de surpresa sobre o piquete que os rebeldes haviam postado na barca do Carvalho achando-me ainda acampado entre a serra de Barrô e a igreja de Santo António da Penajóia pressenti o fogo dos meus piquetes sobre o inimigo que marchava em grande força sobre mim tendo premeditado e tomado mesmo todas as convenientes medidas para me cortar ambos os flancos, sem perda de um momento mandei carregar o inimigo na ala direita e esquerda enquanto que fiz retirar o centro para lhe tomar a frente e habilitar-me para o combate que já era inevitável tanto para salvar o piquete como para facilitar a passagem às tropas fieis que do meu arraial estava vendo marchar sobre a estrada da Régua. Por espaço de ¾ de hora 200 homens livres disputaram o terreno a 500 escravos e 50 cavalos comandados pelo Casal, mas conhecendo logo a grande desproporção de forças e vendo que a coluna de tropas fieis não desfilava sobre a margem do Douro em meu auxílio mandei tocar a retirar e efectivamente retirei sobre a igreja de Barrô fazendo sempre o mais vivo fogo ao inimigo que pagou caro a sua ousadia perdendo alguns mortos e muitos feridos que fez conduzir à cidade de Lamego bem como alguns cavalos .A todos parecia inevitável a perda do batalhão de Resende que o ex Barão do Casal prometera agarrar á mão assim como fizera aos móveis dos pacíficos habitantes de Agrela e Vilarandelo mas eu posso afirmar a V.Exª que apenas tive um soldado morto e um oficial ligeiramente ferido no braço esquerdo. O fogo durou 2 horas (mais ou menos) durante as quais as forças do meu comando mostraram o mais vivo entusiasmo sendo superior a quanto pode imaginar-se a valentia denodo e coragem dos meus oficiais que todos foram soldados, todos largaram as espadas para tomar a espingarda e todos fizeram os maiores serviços já animando os soldados já fazendo vivo fogo ao inimigo. São especialmente de louvar o capitão da 2ª companhia José Joaquim Pinto da Fonseca, o tenente António Cândido Xavier, os alferes Vitorino Pinto (ferido) e José Pereira Pinto e o voluntário Joaquim Rodrigues Soldadinho.
Quartel em Barrô 25 de Abril de 1847 = Justiniano César Osório administrador do concelho de S. Martinho de Mouros e tenente-coronel do batalhão de Resende."
A partir daqui as notícias nos jornais do Porto escasseiam. A intervenção da Quadrupla Aliança com a entrada em Portugal das tropas espanholas em auxílio do governo, a detenção pela esquadra inglesa do Conde das Antas presidente da Junta do Porto, a convenção de Gramido que pôs termo à guerra civil ocuparam mais a atenção dos jornais que algumas (poucas) acções militares. Seguiram-se, como sempre lutas de vingança entre vencidos e vencedores, mas essas já não eram do interesse da imprensa.
Mas este último relatório de Justiniano Osório acaba por entroncar na minha família. O voluntário Joaquim Rodrigues Soldadinho pertencia à família de minha trisavó materna Maria Clara Rodrigues nascida em Córdova, Paus em Junho de 1817.
Voltas que o mundo dá.
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Um pouco de história (IV)
“No sábado passado (13 de Março) de tarde depois da chegada do Vinhais à Régua, projectou este bater, surpreender e derrotar o Córdova (o tenente coronel Justiniano era natural do lugar de Córdova na freguesia de Paus do então concelho de S. Martinho de Mouros como já se disse) pelo que fez descer pelo rio abaixo uma força de linha e marchar de Lamego e Portelo a força do Marçal, caçadores, clavineiros e alguns cavalos em diferentes direcções ao sítio onde o Justiniano se achava que era o mesmo que antes ocupava. Este teve logo aviso deste movimento e esperou-os acautelado e julgando muita gente que lhe era impossível uma retirada sem muito risco porque parecia flanqueado e cortado pela força que desceu pelo rio, não sucedeu assim, mas pelo contrário os bateu e fez retirar vergonhosamente. Primeiro que tudo veio atacar a força ao rio que pôs em precipitada retirada e depois foi atacar em S. Martinho a que tinha saído por Lamego e Portelo à qual fez o mesmo favor, trazendo-os até perto de Lamego debaixo de fogo durando todo este acontecimento uma tarde e quase um dia”
Mas demos a palavra ao comandante da força em ofício dirigido ao chefe de Estado Maior no Porto e constante do jornal “O Nacional” nº 62 de quarta feira 17 de Março:
“Exmo Senhor – Levo ao conhecimento de V. Exª que no dia 9 do corrente o Ilustríssimo Senhor Júlio do Carvalhal ordenou que no dia 10 ao amanhecer ocupasse a parte do Moledo para o coadjuvar na sortida sobre a Régua: e não podendo comparecer na hora indicada por me não ter sido entregue o dito ofício senão às 10 horas do dia 10, resolvi assim mesmo, ainda que tarde, marchar para aquele ponto: cheguei às 11 horas ao sítio do Bernardo e sabendo aí que a sortida já se havia feito e as forças fiéis já se haviam retirado para Amarante, fiquei indeciso sobre o destino a seguir: fiz alto naquele lugar e avistando dali nas eminências de Santa Marinha as forças do Vinhais que caminhavam sobre Mesão Frio retrocedi para o lugar de Barrô onde pernoitei a distância de três quartos de légua da força inimiga. No dia 11 recebendo parte que o Vinhais destacara forças para a margem direita do Douro a operar sobre os barcos, tomei a posição da Massorra(?) donde pudesse orientar-me acerca das operações do inimigo: e recebendo ali noticia de que 200 soldados inimigos de infantaria 9, caçadores 2 e clavineiros haviam passado para a margem esquerda no mesmo sítio do Bernardo com vistas de me atacarem e ouvindo pouco depois romper o fogo junto ao lugar de Vilar com soldados meus que andavam fazendo reconhecimentos, cuidei logo de dividir toda a minha força que ali se achava em número de 150 – em três pelotões – mandando o primeiro comandado pelo capitão José da Cunha Mendes da primeira companhia atacar pela frente ao inimigo, mandei o segundo comandado pelo tenente António Cândido Vieira da segunda companhia a servir de reserva e conservei o terceiro de meu comando com o fim de ocupar aquela posição por onde os inimigos retirassem. Junto á igreja de S. Martinho de Mouros pelas 3 da tarde principiou um vivo fogo com o primeiro pelotão o qual dividindo-se em flancos pode ganhar a boa posição em que se encontrava o inimigo pondo-o em completa e vergonhosa fuga sofrendo um aturado tiroteio dos meus valentes que os seguiram corajosamente em distância de uma légua até que durou o dia. Acabado o fogo vim com a minha força do Alto da Mesquitela até onde chegamos a pernoitar em S. Martinho conservando-me ali até às 3 horas da manhã em que recebi a noticia que Vinhais, Lapa e Marçal tentavam atacar-me com todas as suas forças tomei nova posição no povo do Bairro a distância de um quarto de légua para a retaguarda e ali me conservei até às 7 horas da manhã e recebendo ali as noticias de que o inimigo se aproximava, me preparei para o bater e logo que o avistei no sítio do Calvário em número pouco mais ou menos de 250 soldados de linha e 30 cavalos, me aproximei a eles quase em distância de tiro de bala com toda a força do meu comando, tendo-se-me a ela anexado as forças de Resende e Aregos. Porém recebendo a notícia confidencial que um capitão do 9 de infantaria com 100 praças e 10 cavalos tinha seguido de Lamego a caminho de Feirão com vistas de me cortar a retaguarda ordenei a retirada com propósito de bater primeiro esta força do que a da frente se primeiro a encontrasse o que não consegui porque chegando ao lugar de Passos no concelho de Resende aí soube que o inimigo informado dos meus planos e que em virtude dele não poder cortar-me voltara para Lamego do que tudo fui ciente assim como que as forças da frente tinham caminhado às 3 da tarde para a freguesia de Paus e que os generosos habitantes meus patrícios e vizinhos lhes tinham feito fogo de emboscada, parti imediatamente para os atacar chegando a horas, ou surpreende-los de noite aproveitando o perfeito conhecimento que tinha das povoações e do bom espírito que as animava, o que não pude conseguir por se terem retirado vergonhosamente com o estrondo que faziam os sinos tocando a rebate contra eles, com o fogo que recebiam de emboscada, com os apupados assobios, desafios e impropérios que de todos os pontos os habitantes daquelas freguesias lhes dirigiam reunidos em grupos e com tal entusiasmo que a todos metia espanto e ao inimigo tal terror que se não arriscou a bater os mais pequenos grupos.”
No entanto em 15 de Março, nova tentativa do conde de Vinhais sobre S. Martinho de Mouros é repelida.
No dia 16 de Março o jornal “A Estrela do Norte”, nº 61 tem uma notícia sobre este combate que diz:
O povo de S. Martinho de Mouros acaba de ganhar uma coroa cívica, mostrando à facção cabralista quanto podem homens que combatem por si e pela liberdade.
…/…
Dois dias investiram os janízaros com vigor os valentes populares de S. Martinho de Mouros e dois dias foram repelidos corajosamente.
…/…
Foram os dias 10 e 11 de Março de 1847, eles aí ficam registados para glória do brioso povo de S. Martinho de Mouros.
Em 16 de Março é divulgado um louvor ao Batalhão Nacional de Resende pela forma como se comportou nas acções de 10 e 11.
Uma notícia de 18 em “O Nacional” dá conta de que o capitão José da Cunha Mendes comandante da 1ª companhia havia sido ferido a tiro nessa acção e tinha-lhe sido amputado o braço esquerdo.
domingo, 6 de setembro de 2009
Um pouco de história (III)
Exmº Sr. De Santiago de Piães concelho de Sanfins oficiei a V. Exª a participar a minha marcha para aquele concelho a fim de rebater os rebeldes que se tinham pronunciado a favor da facção de Lisboa e das ocorrências das tropas do Lapa e do seu regresso para Lamego com data de 26 do próximo passado; e sendo ontem informado que as tropas do Lapa tinham evacuado aquela cidade e a Régua seguindo a direcção de Vila Real; ontem mesmo me pus em marcha para Lamego e tenciono podendo, ocupar aquela cidade e guarnecer a margem esquerda do Douro no sítio da Régua e Carvalho, fazendo passar os barcos para a dita margem a fim de impedir as comunicações e passagem do rio caso eles queiram retroceder. Os rebeldes do concelho de Sanfins depois de dispersos tratei de os desarmar e consegui fazer-lhes a apreensão de grande parte do armamento que tenho em meu poder e faço conduzir para lugar seguro. Por falta de tempo não posso oficiar a S. Exª o Ministro da Guerra e rogo a V. Exª disso o faça ciente.
Deus guarde a V. Exª, Pias de Cinfães 1 de Março de 1847 = Justiniano César Osório, administrador do concelho de S. Martinho de Mouros e tenente-coronel do batalhão de Resende
Em 5 de Março a Junta do Porto louva novamente a acção do tenente-coronel Justiniano Osório e do seu batalhão e em 6 é enviado um ofício relatando combates nas zonas de Resende, Rendufe e Mirão em que se chega a combater corpo a corpo. Nesse combate são libertados pelos cabralistas 4 soldados do regimento de infantaria 16 aprisionados antes pelo capitão da 2ª companhia José Joaquim Pinto da Fonseca.
O jornal “O Espectro” nº 30 de 9 de Março de 1847 (jornal dirigido por Rodrigues Sampaio) escreve, referindo-se a uma carta do Porto do dia 8:
“… O ex Marquês de Saldanha parou em Oliveira de Azeméis, donde ainda não avançou apesar de ter aí reunido… O Solla já fez a junção com ele e o Lapa passou à Régua e foi para Vila Real. Lamego foi logo depois ocupada pelo batalhão de Resende”.
Verifica-se assim que se cumpriram os desejos de Justiniano de Córdova e se havia ocupado Lamego.
“Quarta-feira (10 de Março) pelo meio-dia apareceu uma força do Lapa e do Vinhais em duas colunas, uma pela serra das Meadas e outra pelo rio Douro em direcção a S. Martinho de Mouros para bater as forças do valente Justiniano. Este, tendo conhecimento da sua aproximação tomou posições para os esperar no monte da Sª da Guia a leste de Resende e mandando uma força fazer-lhes fogo na frente e simular depois uma retirada com o fim de apanhar o inimigo numa emboscada, este longe de carregar foi tomar posição na capela do Senhor do Calvário. Vendo o nosso general patriota que o inimigo não caiu no laço ordenou que as suas forças marchassem a ataca-lo e com tal valor o fizeram que o inimigo teve que retirar até ao alto de Pardelhas onde tomou de novo posições e sustentou o fogo por espaço de duas horas e sendo flanqueado pela direita se viu forçado a retirar na direcção de Lamego perseguido sempre activamente pela força de Justiniano. A força inimiga era de 250 homens.”
No mesmo jornal nº 60 do dia 15 de Março, segunda-feira, informa-se que a acção prosseguiu com a perseguição do inimigo até à Régua e daí para Vila Real.
“Dissemos na nossa folha de sábado as gentilezas que o valente Justiniano tinha feito da quarta feira; e agora que estamos informados do que passou depois disso não nos demoramos em publicá-lo para conhecimento e satisfação dos verdadeiros patriotas. Batidos os rebeldes e obrigados a retirar para Lamego no dia 10, voltaram no dia 11 a procurar o nosso Galamba do norte com toda a força que o Lapa e o Vinhais tinham a sul do Douro. Justiniano esperou-os e rompeu contra eles o fogo apenas eles se lhe apresentaram; mas aos primeiros tiros começaram os povos a tocar os sinos a rebate em todas as freguesias próximas do lugar da acção e tal medo concebeu o inimigo que imediatamente se pronunciou em retirada, mandando aviso à Régua para que lhe tivessem todos os barcos na margem esquerda do rio. Não se atrevendo a esperar em Lamego fugiu e passou para a Régua toda a força do Lapa e Vinhais e sem ali se demorar seguiu tudo na direcção de Vila Real, ficando o nosso Justiniano senhor de todo o terreno até Lamego onde provavelmente terá entrado. O inimigo deixou alguns mortos, um oficial e vários soldados prisioneiros, sem que da nossa parte houvesse grave perda.”
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Um pouco de história (II)
"Exmº Sr – levo ao conhecimento de V. Exª o ocorrido nos concelhos de Resende e S. Martinho de Mouros e participo a V. Exª os meus movimentos depois do embarque do Exmº General Povoas.
Logo que soube da marcha das tropas rebeldes para S. Martinho e Resende retirei para a margem direita do Douro percorrendo os concelhos de Baião e Bemviver enquanto toda a brigada de Lamego se conservou em Resende e S. Martinho de Mouros. Tive notícias no dia 24 que os rebeldes se tinham retirado para Lamego, estacionando ali o 9 de infantaria e mandando o 16 e cavalaria para a Régua e que o ex-administrador cabralista de Sanfins, Diogo Leite de Castro e alguns regedores tinham assumido aí a autoridade administrativa e tinham feito a revolução naquele concelho armando alguns seus facciosos e levando outro cidadão por violência, havendo as armas de Luís do Amaral e formando uma força com que foram atacar de noite as guardas do rio pertencentes ao batalhão de Bemviver. Julguei acertado ir bater aquela malta de ladrões antes que tomasse maior vulto e no dia 25 repassei o Douro e me dirigi a Santiago de Piães onde estavam reunidas comandadas pelo tal ex-administrador; não ousaram esperar-me e retiraram em debandada para as montanhas; ocupei depois as casas dos que tinham tomado armas pelos rebeldes e intimei a quem encontrei nelas para que no prazo de 24 horas me entregassem os armamentos e munições com ameaça de os tratar com todo o rigor que mereciam. Na noite fui atacado dos montes fazendo-me um pequeno tiroteio, julgo que com o fim de me intimidarem a ver se me retirava; pus a minha força em armas e disposição de resistência, mas ninguém se atreveu a aproximar-se; e estou resolvido a não retirar enquanto não apaziguar este concelho. Os inimigos em S. Martinho praticaram toda a qualidade de roubo e arbitrariedade e em tão grande número e tal excesso que parece impossível haver homens que assim se depravassem.
Aguardo as determinações de V. Exª e da Junta de Governo. Deus guarde a V. Exª, Quartel em Santiago de Piães 27 de Fevereiro de 1847 = Justiniano César Osório administrador do concelho de S. Martinho de Mouros e tenente-coronel do batalhão de Resende"
Em 9 de Fevereiro o tenente-coronel Justiniano é agraciado com o grau de Oficial da Ordem da Torre e Espada pelo seu comportamento.
"O digno tenente-coronel Justiniano César Osório do batalhão de Resende que tanto se tem distinguido na presente luta repassou o Douro para a margem esquerda com a força do seu comando, restabeleceu a autoridade legítima nos concelhos de Sanfins e Cinfães fazendo fugir os cabralistas e aos famigerados Serranos, capitães de malfeitores que fugiram em ceroulas e descalços tendo-lhes apreendido muitas armas."
Uma carta do cônsul inglês no Porto datada de 20 de Fevereiro de 1847 e dirigida ao seu governo e referindo-se à marcha da coluna do General Povoas diz:
“O General Povoas vendo na sua chegada a Lamego que o conde de Vinhais se postara na Régua para lhe obstar a que atravessasse o rio marchou na noite de 17… pela estrada de S. Martinho de Mouros e passou o Douro. Na sua marcha juntou-se ao Justiniano que trazia uma guerrilha de alguns 300 homens.”
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Um pouco de história
No mesmo dia mas no jornal “O Nacional”, surge uma noticia que informa ter sido o barão de Castro D’Aire nomeado comandante de todas as forças populares dos concelhos de Aregos, Resende, S. Martinho de Mouros, Castro D’Aire, S. Fins e Cinfães para manter a ordem nos concelhos e “dos voluntários entre os 18 e 25 anos para formar colunas volantes e operar fora dos concelhos”.
No jornal “A Estrela do Norte” em 23 de Novembro de 1846 refere-se a formação de companhias de voluntários em Resende, Aregos e Cinfães que se encontravam em quartéis e adstritas ao batalhão de Castro Daire.
No mesmo jornal insere-se uma notícia sobre a participação num combate perto de Moimenta da Beira de cerca de cinquenta elementos de S. Martinho de Mouros em 6 de Janeiro de 1847, incluídos no batalhão de Castro Daire.
- jornal “O Nacional” nº 49 de 2 Março de 1847
Quartel-general do Porto 15 de Fevereiro de 1847
Por Portaria de 29
Batalhão Nacional de Resende
Tenente-coronel comandante Justiniano César Osório
Capitães 1ª companhia José da Cunha Mendes
2ª companhia José Joaquim Pinto da Fonseca
3ª companhia João Teixeira Pinto Ribeiro
4ª companhia Frederico Silva Cardoso Vasconcelos
Tenentes António Cândido Vieira Xavier
António da Piedade Teixeira Cabral
José Campelo
Alferes Luís Pinto de Almeida e José Pereira Pinto Casanova
- jornal “O Nacional” nº 89 de 21 Abril 1847
Quartel-general do Porto 19 de Abril de 1847
Batalhão Nacional de Resende
Capitães 4ª companhia Manuel Pinto Vasconcelos
5ª companhia Frederico Silva Cardoso Vasconcelos
Tenentes Francisco Rodrigues Camilo
António Amaral Sousa Pinto
Alferes Vitorino Pinto Ribeiro
Joaquim Ferreira Almas
António Jorge Gouveia Osório
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Pensando bem ...
sábado, 22 de agosto de 2009
Dá que pensar
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Modos de estar
Dias quentes, com o rio a passar ao fundo na Régua em festa à Senhora do Socorro, os emigrantes em férias a encher as estradas e a aldeia, parecia estarmos noutro país.
A crise. Claro que a crise estava em todas as conversas, mas não eram as conversas de desalento, de derrotismo à partida, eram pelo contrário conversas de esperança, de vontade de ir à luta, cheias de vida.
Se todos os portugueses fizessem um "estágio" na emigração antes de entrarem na vida activa no país, como Portugal seria diferente.
domingo, 9 de agosto de 2009
Raul Solnado
A abrir
Podemos colocar a mesma questão quanto a escrever um diário.
Por por escrito ideias, modos de ver as coisas, episódios de vida, etc.
Nada mais pretendo deste espaço, apenas de vez em quando, colocar aqui tudo aquilo que for prendendo a minha atenção e a minha visão dessas questões.
Durará enquanto me sentir motivado para o fazer.